segunda-feira, 29 de junho de 2009

Desperdício e dividas


Produção inteira se perdem no campo

por falta de ramais trafegáveis


Muito se fala do financiamento agrícola como mola propulsora do desenvolvimento do setor produtivo, especialmente na área de alimentos.
No último final de semana, o responsável pelo setor de compras antecipadas para abastecimento do programa FOME ZERO do Governo Federal, Fernando Gomes, durante uma reunião no escritório da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) disse aos presentes em alto, claro e bom tom, que a maior dificuldade para o desenvolvimento do programa no Acre é encontrar produtos agrícolas para comprar.
E mais! O governo não garante alimentos sequer para manter as demandas do Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) e para merenda escolar.
Na outra ponta das contradições, encontra se um batalhão de desesperados atolados em dividas. Os financiamentos bancários que não puderam ser honrados. Porque a produção se estragou por falta de condições de tráfego nos ramais, ou pior, por falta de colhedeiras... enfim.
Exemplo claro é do produtor rural “Zezim”. Dono de uma propriedade rural com 18 hectares no km 71 da Ac-40, Projeto de Assentamento Alcoobrás. Seduzido com promessas de dinheiro fácil, juros baixos e prazos a perder de vista, adquiriu um trator e demais implementos.
A garantia de compra de toda produção por parte de dois grandes empresários, o estimulou a desfazer-se do pequeno rebanho que possuía. Investiu tudo em uma grande plantação de milho.
Chegou a época da colheita. Com ela veio a triste realidade. Não havia meios para a colher a produção. As duas únicas colhedeiras existentes no Estado estavam noutras frente de serviços e não poderiam ser deslocadas para sua propriedade. Resultado: Toda sua produção foi perdida.
O pequeno produtor ficou sem o gado, sem milho e sem dinheiro para quitar as parcelas vencidas ou a vencer.
Técnicos do banco estiveram em sua colônia e constataram o prejuízo. Como consolo, lhe concederam mais um ano de carência. Para que?
O fato é que milhões entram no ralo dos projetos mirabolantes. Elaborados por doutores, consultores, técnicos e extencionistas. Tais projetos não alcançam os objetivos específicos porque antes de serem executados, já foram vendidos como um projetos vitorioso, que deu certo e que está mudando a realidade do setor produtivo desse Estado.

domingo, 28 de junho de 2009

Produção de alimentos


Comissão quer criar alternativas

para o setor agrícola do Estado

RIO BRANCO - Na sexta-feira, 26, aconteceu a segunda reunião do Fórum Permanente de Discussão da Agricultura Familiar no Estado do Acre. Técnicos, extensionistas, engenheiros e um secretário de Estado estiveram reunidos no escritório do Sindicato e Organizações das Cooperativas Brasileiras do Estado do Acre (OCB) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Acre – SESCOOP. A primeira reunião do Fórum aconteceu dia 19, no auditório do hotel Pinheiro.

A idéia do Fórum é reunir pessoas capacitadas para construção de políticas, sugestões e projetos viáveis que possam apontar rumos concretos para o desenvolvimento da agricultura em nosso Estado, dando suporte a programas já consolidados como, por exemplo, o Programa de Agricultura Familiar do Governo Federal, ainda incipiente no Estado por falta de incentivos ao produtor rural, foco principal do programa.

Um desses incentivos foi sugerido pelo deputado federal Fernando Melo (PT-AC), autor da iniciativa da criação do Fórum e leito pelos demais integrantes da “comissão”, com o presidente. O vice-presidente é o agrônomo Diones Salla e a secretária, a economista doméstica Vera Gurgel.

Melo quer a criação do ICMS verde, mais ou menos nos moldes do selo verde, em referência a madeira extraída na Amazônia de forma Legal. Pelo projeto teriam incentivos fiscais e redução de impostos como ICMS. O produtor rural que investisse em culturas consorciadas e de sub existência. O morador urbano ganharia redução de IPTU se investisse no cultivo de hortaliças e fruteiras em fundo de quintal. A idéia de tal proposta seria a produção de alimento e a contribuição para o aumento h2O na atmosfera.

Fernando Melo é autor de importantes projetos para o setor agrícola do Estado do Acre. Direcionou mais de 8 milhões de suas emendas individuais para o setor. Quer contribuir para o melhoramento de ramais, construções de pontes e na aquisição de patrulhas mecanizadas.

Em 2008 direcionou recursos de emendas para aquisição de 200 micros tratores Tocatas, para beneficiamento de áreas já destocadas em todos os municípios do Estado. Priorizou esforços para liberação de recursos de suas emendas para a implantação de um Centro de Tecnologia da Mandioca, na Embrapa-Acre.

“Este centro servirá para treinar produtores a extrair os múltiplos benefícios e produtos oferecidos pela mandioca. Hoje esse aproveitamento está restrito a produção de farinha. Á desperdícios totais de folhas e caule (que podem ser usados na fabricação de ração para os pequenos animais da propriedade) E demais benefícios que tanto podem ter aproveitamento para comercialização (como a fécula para mistura da massa de trigo para fabricação de pães) ou o tucupi, como fertilizante do solo”.

A comissão de notáveis que compõe o Fórum, (entre extensionistas, mestres e doutores) também foca projetos alternativos nas áreas da agroindústria, pescado e de alternativas energéticas. Querem eliminar os “gargalos que emperram a agricultura no Estado.

A falta de ramais para escoamento da produção agrícola, por exemplo, tem uma solução apresentada pelo diretor presidente da Embrapa-Acre doutor Hudson Valentin. Ele defende o aproveitamento de um projeto executado com sucesso na década de 80. “Construção de silos para armazenagem na propriedade evitando a perda da produção e sua retirada no período de estiagem nem nenhum risco”.
A liberação de crédito dentro de critérios que analise a potencialidade do solo em relação ao que se pretende produzir, bem como o perfil de quem vai plantar. Evitando o endividamento dos pequenos produtores.

"É o começo de um trabalho que poderá significar a construção de uma política agrária para o Estado. Isso significa que temos idéias, e a viabilidade dos projetos permitirá que o governo crie e aplique um instrumento eficaz", opinou o doutor em agra energia Diones Assis Salla. "É uma equipe completa, experiente, que percebe carências no meio rural, mas acredita em estratégias para dinamizar o atendimento ao setor", garante o deputado.

A idéia de Melo é apoiar o diagnóstico completo que o grupo pretende elaborar até 2010 para as políticas públicas do setor. "Em que condições o peixe é capturado? O que falta para melhorar o aproveitamento do pescado? Nesse fórum, poderemos traçar rumos, porque sobram idéias e faltam ações na produção de alimentos, na pesca e na aquicultura." (com a colaboração de Montezuma Cruz)

domingo, 21 de junho de 2009

Cadê nossa reação


Vamos ficar apenas no “hora veja”

Duas noticias me chamaram atenção neste fim de semana. E como não posto nada por aqui, já algum tempo, vou apenas avivar a lembrança do leitor já que “por dever de ofício”, não posso me envolver em assuntos polêmicos.

1ª – Três bandidos invadem uma delegacia. Trancafiam os policiais em uma das celas e levam suas armas. Sinistro!!!

2ª - Trabalhador recebe uma facada na bunda após ser assaltado. É a Treva!!
Há muito não via e ouvia esse tipo de notícia. Parece coisa da “Cidade” maravilhosa.

No primeiro caso, um recado dado pelos bandidos à polícia. “Estamos aqui e não temos medos de vocês”.

No segundo caso, uma intimidação coletiva. Dizer a população que assaltar é moleza e a vitima pode ser atingida no lugar que quiserem atingir. Até na bunda, para ninguém vir com essa balela de “exigir” direitos ou justiça.

Graças a Deus eu não estava lá para ser testemunha. Quem garante não foi assim que criaram corpo as organizações criminosas do Rio de Janeiro?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Jutiça!!!!

“QUE A JUSTIÇA SEJA CEGA...AMÉM”

Por Salomão Matos

Observando os acontecimentos dos últimos dias e as ações da Corte Maior do Estado, de como os poderes se protegem, na forma “um bate e outro assopra” vejo que hoje, a justiça brasileira passa por um retrocesso histórico. E na verdade uma volta ao passado quando na existência do estado de natureza e a insensatez humana, no mais exato sentido literal da palavra.

A impressão que fica, é que as leis, ao contrário da venda que cerra os olhos da "estátua representada", só enxerga quem quer.

A existência desse corporativismo mútuo entre os pares coloca o pobre, o povo, que de fato trabalha e paga os impostos e servi-los. É a maquiagem perfeita para o funcionamento de um sistema demagogo que oprimi e engana a base de pão e circo no meio de um estado falido.

Esse povo... acaba servindo apenas como bode expiatório, massa de manobra e bucha de canhão, nas mãos de homens que em nome da democracia tem como principal bandeira, as vestes da ganância e da intolerância com os que os colocaram no domínio.

Relembrando os tempos da faculdade, de como a política , a ética e as leis eram discutidas , me vem a mente o genial - Thomas Hobbes - que em seu célebre livro [LEVIATÃ], descreve com perfeição a criação dos princípios e fundamentos das leis , hoje fadadas ao esquecimento. As mesmas leis que deveriam proteger de forma igualitária, sem distinção de raça, condição social ou cores partidárias e agremiações.

Penso fosse vivo, Hobbes, com certeza estaria com uma taça cheia de cicuta na mão direita a ponto de se embriagar para a morte, a ver no que se tornara a sua máxima obra.

Ou mesmo, como diria Ariano Suassuna no livro, O Auto da Compadecida: “se Jesus soubesse da canalhice que isso tudo iria se transformar, á época, teria sacudido aquela cruz das costas e teria fugido pra morrer em paz”.

Em nome de Deus ôh pátria amada Brasil!!!

“Adoremos na estrela altaneira, o mais belo e o melhor dos faróis” AMÉM!!!

* Salomão é produtor de Jornalismo TV ACRE. (Emissora da Rede Amazônica de Televisão, afiliada TV Globo).

salomao.matos@gmail.com

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Hipócritas descomungados




Doutor cagão manda destruir brinquedos em aterro sanitário

Você caro leitor (a) já percebeu. Toda vez que julgamos ter visto tudo na vida, algo novo é esfregado em nossa cara, para provar que ainda falta muito a ser visto.
A falta de vergonha na cara do responsável pela ordem de destruir centenas de brinquedos em aterro sanitário, deveria ser alvo de punição com a privação de liberdade. É algo revoltante e fruto de uma hipocrisia desmedida.
A mercadoria foi adquirida de forma ilícita? Foi. A fiscalização da Receita foi competente em punir os culpados com a preensão da mercadoria? Foi.
E agora, Que destino dá as mercadorias apreendidas? Destruí para mostrar serviço ou empacotar tudo e fazer doações de Natal, por exemplo, para centenas de crianças carentes, cujos pais não podem comprar um brinquedo?
Eu poderia passar horas esculachando o delegado da receita do Acre que por certo, deu a ordem de quebra tudo. Mas para não perder meu tempo, só uma recomendação basta. Doutor cagão, vá comer merda.
Peço desculpas aos leitores pelos termos chulos da expressão. O sentimento de revolta é incontrolável

terça-feira, 2 de junho de 2009

História injustiçada


A verdade oculta e omitida pelos historiadores


Na maioria das vezes o relato histórico que ouvimos não reflete a realidade. O historiador, tanto pode estar a serviço de quem encomendou sua pesquisa com focos nos objetivos almejados, ou se informando com pessoas erradas. Tudo é possível...
Sou e serei sempre contra a criação de mitos. Talvez isso explique minha aversão por teologias. Prefixo a praticidade do palpável, no mais fiel estilo da materialidade.
Li um artigo relacionado ao historiador Valdir Calixto e seu projeto “Empate: Uma Consciência Ambiental na Contramão da Modernização”.
Não há como discutir um assunto com quem pesquisou. Mas na base do ouvir dizer e em gotas homeopáticas extraídas do conhecimento popular, podemos sim tecer comentários, deixando as contestações para outros historiadores.
Quando cheguei ao Acre em 1979, era fim do governo Geraldo Mesquita a estava assumindo Joaquim Macedo. Mesquita havia aberto a economia acreana. Uma campanha para atrair investidores do sul, no campo da pecuária, ainda estava em curso.
Se falava a época que um hectare de terras no Acre era oferecida a pecuaristas do sul e sudeste do País ao preço de um Cr$ 1,00 (Um Cruzeiro)
N bojo de interressados ainda existem como remanescentes, figuras de destaque na sociedade acreana e outras nem tão destacadas assim, embora com maior notoriedade por crimes e outras atrocidades cometidas, como a família Alves por exemplo, cuja patriarca Darly, se escondendo a Justiça de Muarama (PR), veio para o Acre. Aqui adquiriu centenas de hectares de terras e fundou a Fazenda Paraná.

Os historiadores não contam porque não querem, que esses fazendeiros adquiriram legalmente as terras sem saber que nelas habitavam seringueiros com mais de 30 anos de moradia.
Não contam que o único interesse desses fazendeiros era exatamente derrubar a selva para transformar em fazendas, plantar capim e criar gado. Afinal, foi para isso que vieram investir no Acre.

Não contam que a idéia do governo ao abrir a economia acreana para outro setor produtivo, que não fosse a seringa, madeira e castanha, tentava corrigir uma situação em que o cidadão tinha que acordar durante a madrugada e fazer plantão na fila de açougues, se tivesse interesse em comer carne.

Não contam que ao vender terras habitadas pelos “povos da floresta” o governo não deu alternativas para conter o êxodo rural que naturalmente iria acontecer.
Os empates foram portanto, um movimento de desespero no campo fisiológico pois sem as matas, seringueiros, índios e caçadores não teriam meios de sobrevivência.
Não haviam pois nenhum senso prático de preservação da floresta por ideologia de ambientalistas como se quer fazer acreditar.
Era uma luta inglória de um grupo de pessoas que estavam sendo expulsas de “suas terras” e não tinham para onde ir.
Chico Mendes (essa é minha modesta opinião) teve seus méritos, como por exemplo, liderança de mobilização em um causa comum. Não há nenhum registro que antes de ver sua estrada de seringa ameaçada por tratores e moto serras, tenha se envolvido em alguma causa de preservação ambiental.
É certo que algum dia, nosso Chico ainda será canonizado como protetor das florestas do mundo inteiro. Mas até que se prove ao contrário, defenderei meu ponto de vista como sendo uma mercadoria digna de reclamação dos direitos do consumidor.
Leiam ai o artigo sobre a pesquisa do professor Valdir Calixto

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A história dos Empates contra o capitalismo
Samuel Bryan
25-Mai-2009
Projeto de vídeo mostra como os Empates lutaram contra a máquina do capital
Professor Valdir Calixto comanda o projeto (Foto: Sérgio Vale/Secom) No início da década de 70, a tradicional atividade extrativista da borracha e da castanha, já em forte queda, estava fadada a desaparecer rápida e definitivamente pela ação desenfreada das motosserras. Assim, a floresta exuberante e rica parecia destinada a desaparecer, sendo trocada pelos campos com pastagem para gado. Até que seringueiros e extrativistas passaram a se reunir em movimentos contra as motosserras, chamados de Empates.
Para registrar esse importante momento da história acreana, o professor Valdir Calixto comanda o projeto “Empate: Uma Consciência Ambiental na Contramão da Modernização”, que objetiva a criação de um documentário contando a história e retratando como esse movimento lutou não só contra a destruição da floresta e o sustento do extrativista, mas também contra a máquina do capitalismo. Como disse o professor Calixto, “Por trás da motosserra está a mão do capital”.

O projeto apresentado ao Fundo Municipal de Cultura da Fundação Garibaldi Brasil foi selecionado e desde o final de 2008 encontra-se em desenvolvimento. Uma versão não finalizada do documentário, com 25 minutos, já foi apresentado no Sindicato de Xapuri, seguido de palestra e debate. O professor Calixto é o proponente do projeto, que está sendo tocado junto com o grupo de pesquisa Gaia.

Empates contra Capitalismo
O projeto defende a ideia de que os Empates não foram só protestos contra a derrubada da floresta pelas motosserras. Existe uma mão invisível por trás dessas máquinas de destruição que é o capitalismo. O “grito” do Empate está, no fundo, impedindo o ideal do capitalismo de destruir a floresta por objetivos simplesmente financeiros, mesmo que os seringueiros e extrativistas não tivessem consciência disso nos primeiros empates, se tornando algo muito maior em seguida, com o apoio do sindicato e a figura de Chico Mendes.

Seringueiros e extrativistas se organizaram inicialmente sem a ajuda do sindicato, quando eles como trabalhadores rurais tiveram a noção do que as motosserras estavam para fazer com o ambiente em que viviam e tiravam o sustento. Após os primeiros Empates e suas repercussões, é que o movimento começa a crescer e se articular ainda mais, gerando conflitos, violência e assassinatos da parte dos jagunços que queriam tirar os seringueiros de suas terras.

Para se ter uma ideia, em seus depoimentos para o documentário, seringueiros e extrativistas afirmam que o primeiro empate não objetivava a violência. Ainda assim, todos foram preparados para qualquer forma de agressão que pudessem sofrer. “A necessidade de sobreviver dessas pessoas estava contra a modernidade e o capitalismo”, afirma o professor Valdir Calixto.

A proposta é que até o final do ano o documentário esteja finalizado. Atualmente está sendo feita a apuração de mais de 5 horas de material em vídeo. Quando pronto, o documentário será apresentado à população em sessões especiais e para os alunos do Ensino Fundamental e Médio como uma forma de mostrar-lhes a história e a luta dos Empates no Acre. Também se estuda a possibilidade de apresentar o vídeo para a comunidade europeia, levando-o para Portugal.

Retratando a História
O professor Valdir Calixto está no Acre desde 1980, mas se considera um legítimo acreano. Em 1984, após ingressar como professor na Universidade Federal do Acre (Ufac), lançou o livro “Acre – Uma História em Construção”, que também contou com a parceria de Josué Fernandes e José Dourado. Foi o primeiro livro didático acreano, lançado originalmente para o 2º grau, mas sendo utilizado também na Universidade.

Em 2003 lançou o livro “Plácido de Castro e a Construção da Ordem no Aquiri”, que foi sua tese de Doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP). Calixto também planeja lançar a história dos Empates em livro, além da realização de outros projetos junto ao grupo Gaia.